domingo, 24 de janeiro de 2016

Eu li: Punho de Ferro - Arma Viva

  Punho de Ferro é o meu "segundo herói urbano preferido". O primeiro lugar fica com Demolidor. Mesmo assim, tenho um carinho muito especial com o personagem e aprecio muito suas histórias. O personagem foi criado por Roy Thomas (responsável pela introdução do Conan na Marvel) e Gil Kane (cujo traço influenciou artistas como John Buscema), em 1974 para a Marvel Premiere #15 e desde lá Daniel Rand, alter ego do herói já passou por histórias lendárias, reformulações, fez parte de supergrupos e apareceu até nos desenhos dos Vingadores.
Danny Rand e o Dragão Shou Lao
  Daniel Rand é filho do magnata Wendell Rand, um lutador talentoso que até poderia se tornar um novo Punho de Ferro, mas optou por viver sua vida de milionário. Tentando se redimir, ele busca então pela Cidade Mística de Kun-Lun, uma "Shangri-la"que se manifestava no mundo físico a cada 10 anos. Ele viaja com sua esposa, seu filho e seu sócio Harold Meachun até o Himalaia, na tentativa de encontrar a passagem mágica. Mas seu sócio o trai para ficar com a companhia, matando Wendell.  A mãe de Danny foge com ele em meio a neve e se sacrifica perante uma alcatéia de lobos para que o filho sobreviva.
  Daniel Rand é deixado beira da morte para ser encontrado mais tarde por monges de Kun Lun. Ele seria treinado por quase toda vida para derrotar Shou-Lao, o dragão (de onde vem sua cicatriz no peito), manifestando seus poderes e recebendo o título de Punho de Ferro
  Os Poderes do Punho de Ferro incluem domínio total das artes marciais de Kun Lun, muito superiores e mais fortes que as da Terra. Ele também é mestre em quase todos os estilos de kung fu e outras lutas similares. Seu maior poder, no entanto, reside no fato de poder canalisar seu chi interno e direcioná-lo para seu punho direito (atualmente Danny pode fazer isso com os dois punhos). Essa energia brilha como fogo e torna seu punho praticamente indestrutível, como se fosse feito de ferro...

 

 
  Apresentações feitas, vamos ao que interessa! Recentemente a Panini publicou no Brasil a minissérie "Punho de Ferro - Arma Viva", publicada originalmente pela Marvel em 12 edições. Aqui saiu em duas edições, com capa cartonada e "papel bonito". A revista é de autoria de Kaare Andrews, que não tem fama de acertar a mão na hora de suas produções. "Homem-Aranha: Potestade" é de sua autoria e é, na minha opinião, uma das piores histórias do Homem-Aranha. No entanto, o jogo de luz e sombras feito aqui cabe perfeitamente no personagem. As coreografias de luta são muito boas também. Fora isso, o desenho de Kaare parece o rabisco de uma criança do primário.
  Ela traz um Daniel Rand sombrio, ainda amargurado em busca de vingança e de como balancear isso com sua vida de de executivo e de super-herói. As primeiras cenas são fantásticas. Danny é atacado em seu apartamento por ninjas. Ele salta pela janela do arranha-céu, agarra-se em uma das cordas que os ninjas estavam utilizando e as usa para correr pela borda do edificio, derrubando todos os que estavam em seu caminho e finalmente, derrubando o helicóptero em que se prendia as cordas.

Melhor sequencia da história


  A história de Arma Viva começa muito cativante e vai de encontro ao passado do herói, reescrevendo-o em pedaços. É uma publicação cheia de flashbacks, idas e vindas, recheadas de luta, sangue e punhos quebrados. E chega num momento em que você não sabe mais contra quem e por que o personagem está lutando. A história fica muito confusa, os desenhos não ajudam e em alguns pontos é bom começar a ler de novo.
 
  A caracterização do vilão é fraca e feita de forma tão abstrata, que ele chega a descaracterizar o próprio Punho de Ferro. A seriedade de ambos é gritante a ponto de se tornar ridícula. E isso nos deixa com outro personagem, por que aquele não é mais o Punho de Ferro. Junte a isso prédios que andam, portais misticos construídos com tecnologia, demônios criados do nada e que nem os Vingadores deteriam...Já dá pra ter uma ideia da salada toda que foi criada. Me parece que, na tentativa de criar uma história explosiva e mitológica, ligando passado e presente do herói, tudo o que o autor conseguiu fazer foi gerar um grande novelo de lã.
  Não acho que Punho de Ferro - Arma Viva deva ser jogado no lixo totalmente. Se um amigo seu tiver pra te emprestar, vale a pena a leitura (e prepare-se para ficar meio confuso). Agora, quanto a comprar... Eu recomendo que use seu dinheiro para garimpar atrás das edições feitas pela dupla Fraction/Brubaker (As 7 Cidades Celestiais, A Ultima História do Punho de Ferro e O Imortal Punho de Ferro). Punho de Ferro - Arma Viva até poderia ser uma boa história se não tivesse o ego tão grande.

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