domingo, 23 de setembro de 2012

Eu vi: "Intocáveis"

Cartaz do filme

  Como agora eu tenho acesso um pouco mais fácil ao Cine Livraria Cultura, consigo ver alguns filmes mais diferentes dos que são exibidos no circuito convencional. Essa semana foi a vez de "Intocáveis" (Intochables), comédia baseada na vida real. A direção e texto são de Eric Toledano e Oliver Nakache.
  Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Philippe (François Cluzet), um homem rico que fica tetraplégico após um acidente. Philippe  tem um jeito de ser uma pessoa reclusa e conformada. Seu dinheiro lhe permite viver bem, apesar desta condição que o deixa totalmente dependente de outras pessoas. Precisando de uma pessoa que cuide dele (um enfermeiro pessoal), Phillipe abre uma vaga de emprego. Um dos candidatos é Driss (Omar Sy), um negro alto e de comportamento bem duvidoso. Seu propósito em estar na fila de candidatos é conseguir uma assinatura num documento que lhe permite continuar recebendo seu seguro-desemprego.
  Logo nos primeiros momentos do filme os personagens são escancarados para o público, sem que isso exiba os mistérios do filme. Não dá pra saber como a película acaba, pois as reviravoltas são muitas, embora bastante sutis. Os meios de vida dos dois personagens são totalmente distintos, mas acabam-se mesclando no decorrer da história.
  O filme é engraçado. Talvez por isso sua classificação seja Comédia e não Drama. Ri-se muito, do começo ao fim do filme, com piadas inteligentes e sem apelação. Até mesmo as piadas sobre a deficiência de Phillipe não chegam a soar preconceituosas em nenhum momento. Aliás, o próprio Phillipe ri delas quando Driss as conta.
  Tenho um certo preconceito contra a língua francesa. Acho pedante, arrogante e nem um pouco graciosa. Mas o filme flui de uma maneira que, até mesmo eu pude ignorar este meu lado ruim quanto ao idioma de Napoleão. Por que o filme é tão bom que isto se torna um mero detalhe. Se ele fosse falado em húngaro, por exemplo, não faria a menor diferença na qualidade.
  Para ajudar, o filme representará a França na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2013. Desculpe-me o cinema nacional, mas já sei pra quem eu vou torcer.