![]() |
Cartaz do filme |
Como agora eu tenho acesso um pouco mais fácil ao Cine Livraria Cultura, consigo ver alguns filmes mais diferentes dos que são exibidos no circuito convencional. Essa semana foi a vez de "Intocáveis" (Intochables), comédia baseada na vida real. A direção e texto são de Eric Toledano e Oliver Nakache.
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Philippe (François Cluzet), um homem rico que fica tetraplégico após um acidente. Philippe tem um jeito de ser uma pessoa reclusa e conformada. Seu dinheiro lhe permite viver bem, apesar desta condição que o deixa totalmente dependente de outras pessoas. Precisando de uma pessoa que cuide dele (um enfermeiro pessoal), Phillipe abre uma vaga de emprego. Um dos candidatos é Driss (Omar Sy), um negro alto e de comportamento bem duvidoso. Seu propósito em estar na fila de candidatos é conseguir uma assinatura num documento que lhe permite continuar recebendo seu seguro-desemprego.
Logo nos primeiros momentos do filme os personagens são escancarados para o público, sem que isso exiba os mistérios do filme. Não dá pra saber como a película acaba, pois as reviravoltas são muitas, embora bastante sutis. Os meios de vida dos dois personagens são totalmente distintos, mas acabam-se mesclando no decorrer da história.
O filme é engraçado. Talvez por isso sua classificação seja Comédia e não Drama. Ri-se muito, do começo ao fim do filme, com piadas inteligentes e sem apelação. Até mesmo as piadas sobre a deficiência de Phillipe não chegam a soar preconceituosas em nenhum momento. Aliás, o próprio Phillipe ri delas quando Driss as conta.
Tenho um certo preconceito contra a língua francesa. Acho pedante, arrogante e nem um pouco graciosa. Mas o filme flui de uma maneira que, até mesmo eu pude ignorar este meu lado ruim quanto ao idioma de Napoleão. Por que o filme é tão bom que isto se torna um mero detalhe. Se ele fosse falado em húngaro, por exemplo, não faria a menor diferença na qualidade.
Para ajudar, o filme representará a França na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2013. Desculpe-me o cinema nacional, mas já sei pra quem eu vou torcer.