Eu vi: O Espetacular Homem-Aranha

  Em 2007 era lançado no cinema "Homem-Aranha 3". Não faz muito tempo, se você pensar. Então por que diabos, cinco anos depois, lançar um novo filme do Homem-Aranha? Vamos novamente voltar no tempo láááá na década de 90, quando a Marvel estava falindo e entrando em concordata.
  Para conseguir uma grana e pagar suas contas, a Marvel entrou em vários acordos comerciais que incluía a venda de direitos para o cinema de vários de seus personagens, incluindo entre eles o Homem-Aranha, que foi parar na Sony. Eu não me recordo exatamente dos termos que vieram a público, mas se eu não me engano, caso nada fosse produzido pelo estúdio num prazo de alguns anos, os direitos voltavam para a Marvel. E como os três últimos filmes foram rentáveis, então duvido que a Sony abandone o personagem tão cedo.

  Legal, mas o que diferen esse filme dos demais? Bem, muita coisa. Não vou entrar no mérito de qual filme é melhor, são filmes diferentes, com abordagens diferentes, feito com tecnologias diferentes e específicas. A primeira versão do filme do Homem-Aranha, na época ainda elaborada por James Cameron, tinha sido engavetada por não haver recursos tecnológicos disponiveis.

  O novo filme do Homem-Aranha reconta a história do herói, na época em que ele ainda estava no Ensino Médio. Uma época escrita por Stan Lee, desenhada por Ditko, Buscema, etc. Peter Parker é um nerd que quer posar de descolado e claramente se ferra por isso. Por que ele não é popular, não é bonito, e sua fama só vai até o clube de debates ou a fotografia amadora. Criados pelos tios por causa da morte prematura dos pais em um acidente, o rapaz tenta achar seu lugar na vida social como toda e qualquer pessoa. Como Stan Lee imaginou em 1964. O úncio defeito, ao meu ver, é que Andrew Garfield tem um cabeção. Literalmente falando.
  A origem do herói está ligada à origem do vilão e isso força um pouco a barra. Parece que quiseram economizar no roteiro, mas não chega a ser um problema absurdo. Com a descoberta dos poderes, Peter tem o mesmo comportamento que todo adolescente teria: o de se sentir mais forte e confiante e ainda mais arrogante, afinal ele é o superior. Somente com a morte do tio Ben (e demorou, viu) ele consegue entender que está destinado a algo maior. Mas a idéia de "poderes e responsabilidades" só vem mesmo ao salvar a vida de um garotinho de um carro em chamas.
  O vilão da vez é o lagarto. É bem caracterizado por Rhys Ifans, ator britânico que encarna corretamente o doutor Curtis Connors, como um cientista brilhante e com seu lado negro totalmente obcecado e finalmente controlado pelo gene lagarto. Brilhante. Infelizmente achei que os efeitos que geram o lagarto um pouco ruins. Normam Osborn é citado várias e várias vezes, a Oscorp é o pano de fundo para o laboratório onde tudo acontece. É nessas horas que, pelo andar da carruagem, você percebe que os furos no roteiro são, na verdade, ganchos para uma continuação.

  Assim como James Bond, todo filme do Aranha tem que ter uma garota bonita. Para um nerd, até que Peter Parker era bem pegador, tendo no seu currículum meninas como Gwen Stacy, Liz Allen, Betty Brant, e é claro Mary Jane. A namorada da vez é interpretada por Emma Stone, que faz uma linda e maravilhosa Gwen Stacy. Até você vai querer namorar essa menina!
  E guarde fôlego para as cenas de ação. Estas sim são bem superiores à trilogia elaborada por Sam Raimi. Embora os movimentos sejam em sua maioria muito rápidos para a tela, a coreografia é perfeita e condizente com os movimentos do Aranha. O 3D é modesto, mas não decepciona.
  Vale a pena dar uma conferida neste filme no cinema. É emocionante, divertido, ágil e bem coordenado. E tem uma cena durante os créditos, você só precisa esperar o nome dos atores principais. É um novo Aranha, para uma nova época.