sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Pagando por Sexo" - de Chester Brown

Capa da graphic novel
em sua edição em português
  "Chester Brown não é deste planeta.", diz a introdução de Robert Crumb nesta incrível graphic novel. E talvez não seja mesmo. No entanto, é um homem de coragem e muito bem convicto de suas opiniões. E não são opiniões vazias: são informações originadas em leituras inteligentes e baseadas na sua vida real.

  Pagando por Sexo é uma graphic novel que relata a vida do autor e seus relacionamentos com prostitutas até o final de 2003. Mais de que uma simples história, o livro traz relatos honestos sobre o envolvimento de Chester Brown com o sexo pago. Tudo começa quando o ele termina seu namoro. A partir daí, Chester passa a acreditar que o "amor romântico", como ele mesmo define, não existe. Passa então a utilizar-se do sexo pago, obtendo nele não só o prazer do ato, como também companhia afetiva com vários tipos de mulheres.

 
Os desenhos são simplistas, em preto e branco. E talvez por isso funcione tão bem. Logo no prefácio, Chester deixa claro que não exibiria o rosto ou detalhes que identificassem as protitutas (todas são retratadas como morenas, embora o autor afirme que algumas delas eram loiras, por exemplo). Não é uma história pornográfica, uma vez que este não é o objetivo do autor, mas eu não deixaria o livro cair nas mãos de uma criança, pois existem muitas cenas de sexo e alguns palavrões.

  No final do livro há vários apêndices onde o autor esmiuça cada aspecto da prostituição, expondo seus argumentos de forma ainda mais clara. Embora não concorde com alguns deles (como por exemplo, a opinião dele em dizer que o casamento é uma instituição maléfica), é possível ver na obra todo um debate saudável acerca do assunto. E ainda há notas, que explicam alguns quadrinhos onde a opinião de alguns personagens presentes é importante.

  Pagando por Sexo é uma graphic novel excelente. Mesmo que você não concorde com as opiniões de Chester, o livro agrega bastante conteúdo, seja artístico ou político. É uma diversão garantida, daquelas que vão fazer você refletir bastante. Sozinho ou acompanhado.