LEDD Vol.1 - Um quadrinho de iniciativa.

  Ledd é o mais recente lançamento da Editora Jambô na área de quadrinhos (ou mangá, como preferirem). Ele é uma iniciativa ousada: foi lançado primeiramente na internet, gratuito e completo e só agora chega em versão impressa, com capa cartonada e primeiras páginas coloridas e extras. Eu não havia lido Ledd on-line até então (mas dei uma passadinha no site www.leddhq.com.br depois do lançamento pra "ver os desenhos"). Posso dizer que foi uma boa aposta no trabalho do J.M.Trevisan, que acompanho desde a Dragão Brasil, e nos desenhos do Lobo Borges (que até então pra mim era um completo desconhecido).

  A versão impressa de Ledd vem com uma capa bonita, com cores de Rod Reis (responsável também pelas cores do Escudo de Tormenta RPG, que deve sair em breve). O design do logotipo foi de Daniel Ramos e temos um prefácio da Erika Awano, artista renomada de Holy Avenger. Por trás de tudo isso ainda existe a consultoria secreta de Marcelo Cassaro.
  Não sou fã ardoroso de mangás, sempre preferi os intermináveis comics americanos. Apesar disso, quando um mangá me chama muito a atenção, passo a acompanhá-lo. Foi o que aqconteceu com Cavaleiros do Zodíaco e acontece agora com Ranma 1/2 e Bakuman. Portanto, passo a acrescentar Ledd a esta lista. Mesmo assim, minha "experiência otaku" não é uma boa referência - peço que não levem a ferro e fogo as palavras deste jovem incauto no caminho da arte de olhos grandes e boca pequena.
  Embora um pequeno texto fora da história nos explica brevemente o que é Arton, é necessário um pequeno conhecimento sobre o cenário de Tormenta. Os que não jogam RPG talvez tenham um pouco de dificuldade para entender algumas citações e/ou personagens. Mas isso não é um impeditivo para apreciar a história. O roteiro de J.M.Trevisan nos introduz Ledd, um jovem aventureiro que está preso em Hardoff, prisão de segurança máxima de Yuden, um reino de Arton. Ele não sabe como e nem por que foi parar lá. Ao seu lado em outra cela está Ripp, um feiticeiro bem estranho e que aparenta esconder um passado um tanto interessante. (Nota deste que vos fala: Sim, feiticeiro. Ou vocês viram ele portar um grimório em algum momento? Se bem que... com a regra nova de Tormenta RPG, grimórios se tornaram quase inúteis. Vamos esperar pra ver.).
  A partir daí somos arremessados a uma história rápida, que dá pra ler em minutos. Não por que é ruim: por que é bom mesmo! É como uma boa história de ação, movimentando-se toda hora, revelando personagens incríveis e com uma trama pra lá de amarrada (e por demais misteriosa). Conhecemos o Coronel Barba Branca, o ogro Horlogh, a ladina Drikka e o pano de fundo é sempre Arton, com suas citações que vão deixar vários RPGistas contentes. Cada capítulo termina com um ou mais cliffhangers e vai te deixar ansioso esperando pelo trecho seguinte. Mas você deve estar se perguntando: se o conteúdo da revista é o mesmo do site, então por que eu deveria comprar? A resposta é: você não é obrigado a comprar. A história é gratuita, toda sua - vai lá e leia, curta, recomende. Mas se prefere ler algo mais "palpável", então aqui vão algumas vantagens que o material impresso tem.
  O volume 1 traz os quatro primeiros capítulos publicados on-line. As primeiras páginas impressas de Ledd são coloridas e acredite em mim, isso muda completamente o jeito de ver a história. Os desenhos impressos possuem uma resolução melhor e talvez por causa disso eu botei mais fé no trabalho do Lobo Borges (cujos desenhos tem um potencial absurdo e tem melhorado a cada trecho da história). Entre um capítulo e outro, temos um "sketch" de alguns personagens, com alguma opinião dos autores no rodapé. É bem parecido como assistir a um filme com a opção "comentários do diretor" ligada. E no fim ainda temos os bastidores da produção, com rascunhos das locações e o roteiro do último capítulo, da mesma forma que o roteirista entregou para o desenhista.
  Como eu disse - você não é obrigado a comprar Ledd, á história está toda no site de forma gratuita. Mas se vier adquirir o volume impresso, não irá se arrepender. É uma boa obra, com uma iniciativa ousada e custo convencional para este tipo de publicação. Mais um ponto para a Jambô.