sexta-feira, 19 de novembro de 2010

the Walking Dead - Eu vi

  Um policial para em um posto de gasolina de beira de estrada. Há vários carros destruídos, lixo pelo chão e sinal de luta. O policial caminha para a bomba de gasolina, ressabiado e olhando para os lados, apenas para ficar desanimado com o aviso "Sem gasolina". De repente, ele escuta um barulho. Sem abrir a guarda, ele olha ao redor e temos uma panorâmica, indicando que a destruição vai muito além de carros batidos e tonéis queimados. O policial se abaixa e observa embaixo dos carros destruídos a sua volta. Em um deles, é possível ver os pés de uma criança, que se abaixa e pega um coelhinho de pelúcia.

  A criança (uma menina) começa a caminhar lentamente para longe do policial. Ele a chama, dizendo que está tudo bem. A menina pára e se vira para ele. Então vemos que a menina tem o rosto carcomido, a roupa suja de sangue e os dentes apodrecidos. Ela é um zumbi. A menina começa a caminhar na direção do policial. Ele hesita, olha para ela com pena e então saca o revolver e atira no meio da testa dela. A menina cai - e entra o tema de abertura.






  The Walking Dead é uma série baseada na história em quadrinhos de mesmo nome, escrita por Robert Kirkman (também produtor da série) e desenhada por Tony Moore (substituído posteriormente por Charlie Adlard a partir da edição #7 - Moore ainda desenharia as capas seguintes). A série é dirigida por Frank Darabont (o mesmo de "Um Sonho de Liberdade") e estreou nos EUA no dia 31 de outubro (aqui no Brasil em 2 de novembro).

  A primeira impressão que tive dos primeiros episódios da série foi muito boa. É uma série promissora, baseada em uma revista de sucesso. Não li nenhuma das edições na qual a série é baseada (aqui publicados pela HQM Editora), um erro que pretendo corrigir em breve. Um dos produtores da série é o próprio autor da revista o que garante a qualidade da obra. O diretor, Frank Darabont, consegue coordenar a equipe de modo muito dinâmico e criativo, com cenas que não requerem explicação por serem visualmente bem montadas.

  No primeiro episódio conhecemos o policial Rick Grimes (o mesmo que aparece nos minutos iniciais da série). Depois de levar um tiro durante uma perseguição, Rick cai inconsciente e é levado para um hospital. Ao acordar, descobre que o hospital sofreu algum tipo de calamidade ou ataque e que está sozinho com cadáveres. Aparecem as primeiras referencias aos zumbis (cadáveres carcomidos em uma maquiagem perfeita e o aviso "Não abra, mortos aqui dentro").

  Rick (e o público) são apresentados a calamidade que se formou com a invasão dos mortos. O público já sabe que são zumbis, mas o protagonista não. Isso só aumenta a tensão, enquanto ele caminha entre cadáveres cobertos por um saco plástico. Não sabemos quando um cadáver vai se levantar ou não. Torcemos pelo personagem todo minuto, que está perdido, assustado e quase nú entre os zumbis (ponto para o ator Andrew Lincoln). Mais adiante no mesmo episódio, temos uma explicação rápida de como os zumbis se comportam e o que temos que fazer com eles (o bom e velho tiro na cabeça), feito pelo personagem Morgan Duanes. A série mostra o lado dramático quando Morgam tenta eliminar sua mulher que virou um zumbi, mas não consegue.

  Um pulo mais pra frente e chegamos no segundo episódio. Rick descobre mais sobre outras pessoas que sobreviveram a praga e como ficamos vulneráveis emocionalmente a ela. É interessante mostrar o comportamento das pessoas e o que elas fazem pela sobrevivência. Mais uma vez, ponto a favor do diretor que soube conduzir bem os atores a ponto da narrativa falar por si só.

  Temos um gancho no segundo episódio muito bom: descobrimos que a esposa e o filho de Grimes estão vivos, mas que não sabem nada sobre ele. E pior: a esposa está tendo um caso com seu antigo parceiro de Rick Grimes. Não sabemos se este caso começou antes ou depois da praga (o que já nos deixa com a pulga atrás da orelha). O episódio termina sem que Grimes encontre sua família.

  Antes de finalizar, uma curiosidade sobre a série: o primeiro episódio tem 1h06m de duração, mas o exibido no Brasil tem apenas 54 minutos. Quando questionada, a Fox alegou que a ACM (canal americano que exibe a série) tem sua grade baseada em filmes (com espaço de duas horas para cada evento), diferente da Fox, mesmo a americana, que tem sua grade baseada em séries (com espaço de uma hora para cada evento). Mas não se preocupem: pelos vídeos que vi na internet (que assim que puder coloco aqui), os cortes foram feitos de modo cirúrgico e não compromentem a narrativa.

  The Walking Dead é uma aposta que deu certo. Diria que é uma aposta brilhante. A série absorve todos os pontos positivos de uma história que já deu certo em outra mídia, possui um elenco com carisma e competente. O terceiro episódio já foi ao ar e, embora eu ainda não tenha assistido, tenho certeza de que não deixou a peteca cair.

Notas (0 a 5):
Roteiro: 4 (o velho clichê do zumbi)
Atuações: 4 (destaque para Andrew Lincoln como Rick Grimes)
Efeitos: 5 (as maquiagens e os efeitos "zumbificadores" são excelentes)
Direção: 5 (voto de confiança em Frank Darabont)
Média: 4,5 (muito bom!) 

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